Testemunho de Joy Robson (parte 3) - Reexame Direto pela Defesa
Traduzido por Daniel Azambuja,
revisado por Daniela Ferreira
Comentários em azul são da revisora.
REEXAME
DIRETO PELO SR. MESEREAU:
P:
Senhora Robson, em resposta às questões levantadas pelo promotor com relação a
manipulações, você disse “eu conheço o Sr. Jackson”. Você se lembra de ter dito
isso?
R:
Claro.
P. Por
favor, diga ao júri o que quer dizer com isso.
R: Bem,
eu conheço Michael há um longo tempo. Eu o conheço muito bem. Passei muitas horas conversando com ele sobre
muitas coisas. Eu o sinto como um membro de minha família. Eu o conheço bem. Eu
confio nele. Eu confio nele com minhas
crianças.
P: Por
quê?
R: Por
que Michael é uma pessoa muito especial. A não ser que não o conheça, é difícil
de entender. Ele não é o garoto da porta ao lado. Ele é Michael Jackson. Ele é
muito… ele é uma pessoa única. Ele ama as crianças. E ele tem um amor puro por
elas. E conhecê-lo é amá-lo e confiar nele.
P: E
quando você começou a conhecer Michael Jackson?
R: Eu
sinto como se o conhecesse há muito tempo. Ele tem um jeito maravilhoso de
fazer você se sentir confortável, que eu sinto como se o conhecesse há muito
tempo. E, particularmente nos dois anos em que vivemos na Austrália antes que
nos mudássemos para cá, eu conversava com ele todos os dias. Nós tínhamos
longas conversas sobre tudo que acontecia na vida dele e na de minhas crianças.
E você passa a conhecer alguém muito bem quando você fala esse alguém muitas
horas por dia por mais de dois anos.
Então,
uma vez que nos mudamos pra cá, nos continuamos assim. Estávamos sempre prontos
para conversar sobre tudo.
P: E o
promoter lhe perguntou sobre o dia das mães em Neverland?
R: Sim.
P: você se
lembra disso?
R: Sim,
eu lembro.
P: E você
lembrou que Wade e o Sr. Jackson estavam num estúdio de gravação naquele dia,
certo?
R: Não
naquele dia. Isso foi na época em que ficávamos em Westwood, e Wade e eu
tínhamos nossas passagens de volta pra Austrália reservadas. Ele havia ficado
com Michael no estúdio por dois dias, e eu não sabia nada deles. Eu sei que
eles estavam trabalhando por horas, e então eles saíram no dia seguinte também...
eu estava...
9263
SR. SNEDDON: Mova para atacar, Excelência. Objecão.
O
TRIBUNAL: Mantida.
PERGUNTA
PELO SENHOR MESEREADU: Você se lembra de algo mais sobre aquele dia no estúdio
de gravação?
R: Não, só…
eu pedi a Norma que os procurassem, e ela os encontrou. Ela disse que eles estavam
no estúdio de gravação e ‘ Michael o está trazendo de volta para você, eles
estão a caminho’.
P: No
seu conhecimento, seu filho passava muito tempo com Michael Jackson no estúdio
de gravação?
R: Sim,
frequentemente.
P: E por
que isso?
R: Por
que Wade tinha interesse em se tornar um artista, ele queria ser produtor. Ele
estava aprendendo. Ele gostava de ficar em volta daquilo tudo e aprender. Ele
era como uma esponja. E ele... essa era a relação dele com Michael. Era...
muito disso era uma relação de trabalho, e Michael o estava ensinando.
P: E o
promotor lhe fez perguntas sugerindo que você apenas permitia isso para
alavancar a carreira de seu filho. Isso é verdade?
R: Claro
que não.
P: O que
você quer dizer com isso?
9264
R: Ele estava...
como vou dizer, ele estava aprendendo coisas com Michael. Michael estava lhe
ensinando tudo que ele sabia, e ele não poderia – isso era parte de uma
amizade, mas era mais uma amizade que qualquer outra coisa. E eu certamente
nunca pedi a Michael nada que tivesse a ver com a carreira de meu filho. Eu
acredito no meu filho e mudei para cá para impulsionar a carreira dele. Eu
acredito que ele poderia fazer isso.
SR.
SNEDDON: Objeção, Excelência, narrativa.
O
TRIBUNAL: Mantida.
P. pelo
SR. MESEREAU: Você permitiu ao seu filho passar o tempo dele com Michael
Jackson aprendendo negócios do showbusiness?
R:
Claro.
P: Por
que você fez isso?
R: Por
que ele estava aprendendo com o melhor. Michael se ofereceu para lhe ensinar
tudo que pudesse. Ele acreditava nele, então por que eu não permitiria?
P: E seu
filho tem tido uma carreira de sucesso até agora, certo?
R; Sim,
ele tem.
P: E ele
tem trabalhado exclusivamente com Michael Jackson ou tem feito outras coisas
por conta própria?
R: Ele
fez a maior ia por conta própria.
P: O que
ele tem feito?
R: Ele
se tornou coreógrafo. Ele começou...
9265
SR.
SNEDDON: Objeção, Excelência, é irrelevante.
JUIZ:
Mantida.
P. PELO
SR. MESEREAU: Bem, o promotor sugeriu que você estava tomando decisões sobre o
que fazer com seus filhos por que Michael Jackson poderia ajudar as carreiras
deles, certo?
SR. SNEDDON: Excelência, eu vou objetar como
argumentativo e conducente.
JUIZ:
Mantido.
P. PELO
SR. MESEREAU: Você alguma vez permitiu que Wade ficasse com Michael Jackson só
por que Michael Jackson poderia ajudar a carreira dele?
SR.
SNEDDON: Objeção, conduzindo.
O
TRIBUNAL: Superada. Você pode responder.
A TESTEMUNHA:
Nunca, éramos amigos primeiro.
P. PELO
SR. MESEREAU: Por que você permitiu que Wade passasse tanto tempo com Michael
Jackson?
SR. SNEDDON:
Objeção.
P. MESEREAU:
Por favor, diga ao júri...
SR. SNEDDON:
Perguntou e respondeu.
O
TRIBUNAL: Negada.
P. PELO
SR. MESEREAU: Por favor, diga isso ao júri.
R: Eles
gostavam um do outro. Eles, eles eram muito parecidos. Eu me lembro de Michael
me dizer logo no inicio que era como se olhasse no espelho, que ele se via
novamente. Que seu interesse era por que ele via o potencial de Wade. E Wade
amava tudo que Michael fazia e queria aprender tudo que pudesse.
9266
P: Você
alguma vez perdeu a confiança em Michael Jackson em algum momento desse período
que seu filho estava com ele?
R:
Nunca.
P:
Alguma vez o Sr. Jackson fez algo que a fizesse desconfiar do relacionamento dele
com relação ao seu filho Wade?
R:
Nunca.
P:
Alguma vez o Sr. Jackson fez algo que a fizesse desconfiar do relacionamento dele
com relação a sua filha?
R:
Nunca.
P: Então
o promotor lhe fez perguntas sobre as crianças sendo ciumentas, se Michael
Jackson tivesse outros amigos crianças. Você se lembra dessas perguntas?
R: Sim
P: Por
favor, diga ao júri o que quer dizer.
R: É
como qualquer criança que tem seu tio favorito ou alguém na família de quem
todos querem a companhia. E Michael é esse tipo de pessoa. Ele tem uma aura.
Então, naturalmente se ele estivesse passando seu tempo com uma criança, outra
criança ficaria com ciúmes. É o mesmo que em qualquer família, se você passa
mais tempo com uma criança do que com outra.
9267
SR. SNEDDON:
Meritíssimo, eu vou objetar.
O
TRIBUNAL: Mantido.
SR.
MESEREAU: O promotor lhe fez perguntas sobre Michael Jackson ter amigos especiais
que eram crianças. Você se lembra disso?
R: Sim,
lembro.
P: E o
que você quer dizer com isso?
R: Bem,
você sabe, haveria pessoas que passariam mais tempo com ele em momentos
particulares que outras. Isso não significava que ele não passava tempo com
todas as outras. Elas eram todas amigas dele. Mas quando ele passava mais tempo
com uma que com outra, então elas eram especiais naquele momento.
P: Baseado
em suas observações sobre o Sr. Jackson, seria correto dizer que por todo o mundo
as crianças corriam para ele, não?
R: Com
certeza.
SR. SNEDDON:
Objeção. Imaterial; conduzindo.
O
TRIBUNAL: Superada. A resposta é sim.
P. PELO
SR. MESEREAU: E você viu crianças de tempo em tempo ficando enciumadas por que
o Sr. Jackson estava sendo agradável com outras crianças?
9268
R: Sim.
P: Isso
lhe parecia incomum?
R: De
modo algum.
P: Você
alguma vez viu algo que a fizesse suspeitar quando uma criança ficava enciumada
das atenções do Sr. Jackson para outra criança?
R. Não,
eu acho que isso é normal com crianças.
P: O que
você quer dizer quando usa o termo “amigo especial”?
R: Eu
apenas acho que era aquele com quem ele estava passando o tempo no momento. Ele
considerava a todos como amigos especiais. Eu não sei por que teria dito isso.
Eu não me lembro de ter dito ‘especial’. Mas eu imagino que significava que era
a criança que estava com ele no momento.
P:
Quando você usa o termo “amigos especiais”, você queria sugerir que algo
criminoso estava acontecendo?
R:
Absolutamente, não.
P:
Quando você usa o termo “amigos especiais”, você queria sugerir que algo sexual
estava acontecendo?
SNEDDON:
Excelência, isso é uma pergunta conducente. Eu protesto.
O
TRIBUNAL: Mantido.
P. pelo
SR. MESEREAU: A palavra “especial”, você usou esse termo, correto?
9269
R: Aparentemente,
sim.
P: Por
quê?
R: Bem,
eu acho que é por que todas as crianças são especiais e Michael considerava a
todas especiais. Não havia... não, nenhuma conotação maldosa nisso.
O
TRIBUNAL: Achamos que é tempo para um intervalo.
SR. MESEREAU:
Oh.
O TRIBUNAL:
Você tomou aquele fôlego muito longo..
MESEREAU:
Okay.
JUIZ:
(PARA O JURI) Saibam que vamos vocês terão um adicional de cinco minutos por
que no final de nosso intervalo eu quero falar com os advogados.
Nada
muito demorado. Não se preocupem.
(Os seguintes procedimentos foram tomados na
abertura do tribunal na presença e oitiva do júri:)
O
TRIBUNAL: Tudo bem. você pode prosseguir.
SR. MESEREAU:
Obrigado, Meritíssimo. Sra. Robson, o promotor lhe fez perguntas sobre um empréstimo
de $10,000. Lembra-se disso?
R: Sim.
P:
Poderia explicar, por favor, por que pediu $ 10,000 emprestados?
9279
R: Os
primeiros $ 10,000... nós já estávamos aqui há um ano, um ano e meio. E estava
mais difícil de nos estabelecermos do que prevíamos, então Michael se ofereceu
para nos ajudar por um tempo. Então, pedimos emprestados esse valor no momento.
O segundo foi para um carro. Eu já estava aqui há um tempo. Minha linha de
crédito não poderia ser transferida da Austrália, então eu não tinha crédito nos
EUA. Eu estava cadastrada como empregada, paga pelas empresas de Michael.
Como eu
estava sendo paga pela MJJ Productions, eu estava cadastrada como empregada da
companhia. Então eu perguntei se a companhia poderia avalizar um carro, pois eu
não tinha crédito para comprar um, então Michael se ofereceu para pagar um em
vez de co-financiar.
P: Foi…
pelo que você se lembra, foi ideia dele lhe ajudar ou foi sua?
R: Eu
pedi por ajuda, e ele estava lá por mim. Ele era um amigo.
P: Tudo bem…
havia algo que você lembre, impróprio ou ilegal em alguma coisa que você tenha feito?
R: Nada.
P: Tudo
bem.
R. Nada.
P: Tudo
bem. O promotor lhe perguntou algumas coisas sobre se você pediu outros
recursos ou não. Você lembra?
R: você
quer dizer com relação a situação com Anthony Pellicano?
9280
P: Sim.
R: Sim.
P: Ao
que você se refere?
R: Bem,
isso foi por causa da gravadora... o acordo se concretizou, e nós precisávamos
seguir adiante para sobreviver. E, por isso, Anthony Pellicano se ofereceu para
me emprestar o dinheiro até que nos equilibrássemos através do contrato com a
gravadora.
P: Ok. Você
pedia a ajuda do Sr. Jackson com frequência?
R: Eu
pedi em duas ocasiões, com o carro e com os dez mil iniciais.
P: E ele
lhe ajudou nessas ocasiões?
R: Sim.
P: O
promotor lhe perguntou sobre a carreira do seu filho no showbusiness. você
pediu a ajuda do Sr. Jackson vez ou outra?
R: Não.
Eu tinha aparecido umas duas vezes para ver se… enquanto ele fazia os vídeos,
par a ver se ele se lembrava de Wade, por que ele havia dito que iria pôr Wade em
nos vídeos musicais. Para lembrá-lo mais do que tudo. Mais isso foi tudo.
P: E no
seu entendimento, o Sr. Jackson ajudou Wade na carreira dele?
R: Sim,
ele sempre apoiou muito. Ele sempre estava interessado no que Wade fazia com a carreira
dele. Ele o supervisionava. Ele lhe pedia que enviasse – o mantivesse informado
e lhe enviasse – as produções musicais dele, lhe pedia que lhe enviasse as
demos que estivesse produzindo para que ele ouvisse e o encorajasse e o ensinasse
o que estava fazendo certo ou não. Sempre presente e interessado.
9281
P: Então
você permitiu que Wade passasse noites com o Sr. Jackson por que você queria
alavancar a carreira dele?
R: Não.
P: Por
que você deixou que Wade passasse aquelas noites com o Sr. Jackson?
R:
Aquelas noitadas aconteceram por que eles se divertiam juntos. Eles brincavam
até a madrugada. Eles assistiriam a vídeos, desenhos e então iriam dormir.
P: Você
também fez isso com o Sr. Jackson?
R: Sim.
P: Com
que frequência?
R: Umas
duas vezes.
P: O
promotor lhe perguntou sobre Wade e Michael jogando pedrinhas na jaula dos
leões. você se lembra?
R: Sim.
P:
Quando você soube disso?
R: Acho
que Wade me falou sobre isso. Ele basicamente estava me dizendo q que ouviu o
leão rugir. E ele não ruge com frequência, então eu fiquei surpresa. E ele me
contou o que eles fizeram para que o leão rugisse.
9282
P: Qual
foi sua impressão, de que eles estavam se divertindo com o leão de forma cruel
ou parecida?
R:
Absolutamente não... seria a ultima coisa que eles fariam.
SNEDDON:
Eu vou objetar.
O
TRIBUNAL: O que foi isso?
SR. SNEDDON:
Eu disse que vou objetar. Pede por conclusão. É narrativo. Está conduzindo.
SR.
MESEREAU: Eu acho que o promotor perguntou a ela sobre o conhecimento dela e o
que ela pensou.
SR.
SNEDDON: Eu não estou objetado a assunto. Eu estou objetando a forma da
pergunta.
O
TRIBUNAL: Tudo bem, eu vou sustentar a objeção. Atacada a resposta. Próxima
pergunta.
P: MESEREAU:
Quem lhe contou sobre Wade e Michael jogando pedras na jaula dos leões?
R: Wade.
P: E
quando ele lhe disse isso?
R: Acho
que provavelmente um ou dois dias depois ou naquela noite mesmo. Eu realmente
não me lembro.
P: E ele
lhe contou que ele estava sendo cruel com o animal?
R: Não. Wade ama os animais.
R: Não. Wade ama os animais.
9283
P: E ele
lhe contou que Michael Jackson estava sendo cruel com o animal?
R: Não. Michael é… ele ama todos os animais. Nenhum deles faria algo assim.
R: Não. Michael é… ele ama todos os animais. Nenhum deles faria algo assim.
P: Então
o promotor lhe perguntou sobre a palavra “primo”. Você se lembra dessas
perguntas?
R: Sim.
P: E você
ouviu Michael Jackson usar a palavra “primo” para descrever crianças?
R: Sim,
ele carinhosamente chama todos de primos, eu acho.
P: Você
sabe por que ele fazia isso?
R: Não…
isso é algo que ele… eu acho, eu acho que ele dizia isso para que eles não
ficassem com ciúmes uns dos outros, por que isso tendia a acontecer.
P: Você
alguma vez suspeitou que houvesse algo de criminoso no fato de o Sr. Jackson usar
a palavra “primo”?
R: Não.
P: Você
alguma vez pensou que houvesse algo sexual no fato de o Sr. Jackson se referir
às crianças como seus primos?
R:
Nunca.
P: Nunca
pensou que houvesse algo estranho no fato de o Sr. Jackson se referir a varias
crianças como “meus primos”?
R: Não.
P: O
promotor lhe perguntou sobre Brett Barnes. Você o conhece?
9284
R: Não o
conheço, mas estou familiarizada com ele.
P: Ok.
Como ?
R: Eu
encontrei com ele uma vez quando ele estava em Chicago e Michael estava
filmando o vídeo musical de JAM.
P: Você
manteve qualquer contato com a família de Barnes através dos anos?
R: Não.
P: você
diria que os Barnes são bons amigos de sua família?
R: De
modo algum.
P: Ok.
Quantas vezes você acha que viajou com o Sr. Jackson?
R: Só
uma vez para Las Vegas.
P: Ok.
Você fez referencia a Chicago em um ponto do seu testemunho.
R; Sim.
P: Você
foi a Chicago?
R: Sim.
R: Sim.
P: E
qual o motive da viagem?
R: Wade
estava dançando no vídeo de JAM.
P: Ok. E
esse era um vídeo envolvendo o Sr. Jackson?
R: Sim.
P: E o
Sr. Jackson estava em Chicago com vocês?
R: Não conosco, mas ele estava lá.
R: Não conosco, mas ele estava lá.
P: Ok e
o que você quer dizer com “não conosco”?
9285
R: Bem
nós não estávamos ficando com ele. Fomos levados enquanto Wade estava
trabalhando. E ficamos em um hotel. Ele fez o trabalho e retornamos para Los
Angeles.
P: E em
sua opinião, onde o Sr. Jackson ficou naquela viagem?
R: Não
tenho ideia.
P: Você
viu o Sr. Jackson naquela viagem?
R: Nos
sets, sim.
P: Você
o viu em algum outro lugar?
R: Não.
P: Você
sabe mais ou menos quando foi isso?
R: Não tenho
certeza. Posso dizer 92, talvez na metade de 92.
P: O
promotor lhe perguntou se você estava preocupada com alguma manipulação. Lembra-se
disso?
R: Sim.
P: Você
alguma vez se preocupou com o fato de Sr. Jackson lhe manipular?
R:
Nunca.
P: Você
alguma vez falou a alguém que estava preocupada que o Sr. Jackson estivesse
manipulando Wade?
R: Não.
P: Você
alguma vez falou a alguém que estava preocupada que o Sr. Jackson estivesse
manipulando sua filha?
9286
R: Não.
P: Você
usou a palavra “manipulação”?
R: Não
que eu saiba.
P: Há
alguma outra transação, que você se lembre, que você ou seu filho estivessem
envolvidos com Michael Jackson?
R: E o
que você quer dizer com transação?
P:
Qualquer tipo de entretenimento, transação, projeto... você escolhe o nome.
R: Ele
fez três vídeos musicais, o comercial da Pepsi e o photo shoot original para o comercial da L.A Gear. Acho que foram
as únicas coisas que fez com Michael.
P: No
seu conhecimento, o Sr. Jackson ajudou Wade com os projetos dele?
R: O que
dizer com “ajudou”?
P:
Qualquer tipo de ajuda, assistência…
R: Eu…
ele ofereceu, ele decidiu que ele queria Wade nesse projeto por que ele era a
melhor pessoa para o serviço.
P: E no
seu conhecimento, quando foi a ultima vez que Wade trabalhou par a o Sr.
Jackson em um projeto relacionado ao entretenimento?
R: A
ultima coisa que ele… Michael se apresentou com N’Sync, acho que no MTV Music
Awards, e Wade estava coreografando e dirigindo. Ele montou tudo.
9287
P: Você
sabe mais ou menos quando foi?
R: Eu
diria 2000, algo assim.
P: Você
disse que muitas vezes você foi a Neverland e o Sr. Jackson não estava lá, certo?
R: Sim.
P: E
quando isso acontecia, como você fazia para visitar Neverland?
R:
Através do escritório dele. Através de Evvy.
P: O Sr.
Jackson lhe deu permissão para visitar Neverland quando ele não estivesse lá?
R: Sim.
P: E
aproximadamente quando ele lhe disse que poderia fazer isso?
R: Ele
sempre disse isso, que éramos sempre bem vindos.
P: E eu
acredito que você testemunhou que você esteve lá mais vezes quando ele não
estava do que quando ele estava. Correto?
R: Sim.
P:
Quantas vezes você acha que visitou Neverland quando o Sr. Jackson estava
ausente?
R:
Talvez 40 ou 50 vezes.
P: E
onde vocês ficavam quando o Sr. Jackson não estava presente?
SR.
SNEDDON: Objeção como imaterial, Excelência.
O
TRIBUNAL: Superada. Você pode responder.
9288
A TESTEMUNHA:
Antes que ele tivesse as crianças, eu ficava na casa. Mas desde então esses são
os quartos das crianças e nós ficávamos nos quartos das unidades de hóspedes.
Ela quis dizer que antes de Michael
ter filhos, ela ficava dentro da casa principal, nos quartos que lá havia. Mas depois
que Michael teve filhos, eles passaram a ocupar os quartos e ela e os filhos
dela tinham que ficar nos quartos de hóspedes, fora da casa principal.
P. PELO
SR. MESEREAU: Quantas vezes você acha que ficou na casa principal do Sr. Jackson
antes de ele ter as próprias crianças?
R:
Talvez 15, 20 vezes, não estou certa.
P: E
onde você normalmente ficaria?
R: No
quarto Rosa.
P: Por
favo, descreva para o júri o que é o quarto rosa.
R: É um
quarto de grandes dimensões com um banheiro adjacente, piso em madeira de lei,
bonito jardim, teto de madeira entalhada, vista para a frente da casa. É no
segundo andar.
P: E a
que distancia o quarto rosa fica do quarto do Sr. Jackson?
R: O quarto do Sr. Jackson é no térreo, não sei descrever a distancia. É do tamanho de dois quartos, mas em outro andar.
R: O quarto do Sr. Jackson é no térreo, não sei descrever a distancia. É do tamanho de dois quartos, mas em outro andar.
P: Você
se lembra de entrar e sair livremente do quarto do Sr. Jackson?
R: Sim.
P: E
quando você diz “quarto” você se refere a esses dois andares?
9289
R: Sim.
P: Alguma
vez o Sr. Jackson pôs alguma restrição ao fato de você entrar e sair do quarto
dele livremente?
R: Não.
P: E
você entrava e saia livremente do quarto dele?
R: Sim.
R: Sim.
P: O
promotor lhe perguntou sobre o alarme. Você se lembra?
R: Oh
dos sinos, sim.
P: Você
se lembra de que sempre tinha de passar por uma porta trancada para chegar ao
quarto dele?
R: Eu...
eu sempre batia primeiro antes de entrar, então, não sabia se a porta estava trancada
ou não. Mas eu nunca entrava. Eu sempre batia e alguém a abriria.
P: O que
normalmente acontecia quando você batia?
R: Wade
responderia, ou Michael.
P: Ok...
e alguém abriria a porta pra você?
R: Você
quer dizer...
P:
Quando você batia e alguém respondia, esse alguém normalmente abriria para você
ou você mesmo a abria?
R: Acho
que alguém a abriria para mim.
P: Você
entrava no quarto do Sr. Jackson a qualquer hora do dia?
R: Sim,
a hora que eu quisesse.
P: Você
se lembra de ter estado nesse quarto durante o dia?
9290
R: Sim.
P: Você
se lembra de ter estado nesse quarto à noite?
R: Sim.
P: Você se
lembra de ter estado no quarto do Sr. Jackson tarde da noite?
R: Sim.
P:
Alguma vez você sentiu que alguém pudesse querer afastá-la do quarto do Sr. Jackson?
R: Não.
R: Não.
P: Você
se lembra de passar muito tempo no quarto do Sr. Jackson em Neverland?
R: Eu
passei tempo em uma ocasião assistindo televisão com eles, mas não com
frequência.
P: Onde
você normalmente assistiria TV, enquanto estivesse no quarto do Sr. Jackson?
R: Encima
da cama.
P: Essa
cama ficava no Segundo andar?
R: Não,
no primeiro.
P: Bem,
a questão de que o Sr. Jackson a ajudou com o automóvel, quando aconteceu?
R: Acho
que em 93, talvez, início de 93.
P: E
você foi até ele para pedir alguma ajuda para conseguir o automóvel?
9292
R: Sim.
P: Ok, e
qual foi a reação dele?
R: Bem,
eu pedi para ele avalisar. Eu não estava pedindo por dinheiro. Eu só queria uma
assinatura. E a resposta dele foi: “bem
por que eu apenas não o pago?”.
P: E no
seu entender, ele fez isso?
R: Sim.
P: Você
sente que ele estava fazendo isso pensando em ter algo em troca de alguma forma?
R: De
forma alguma.
P: Você
sente que houve algum empecilho quando ele lhe ajudou com o carro?
R:
Absolutamente não.
P: Você sente
que houve algum empecilho quando ele lhe ajudou com dinheiro?
R:
Nunca.
P: Você
sente que houve algum empecilho quando ele lhe ajudou como fiador?
R: De
forma alguma.
P: Então
essa era a questão... você precisa dele como avalista para qual propósito?
R: Para
ficar nos EUA, fixarmos residência. Para estarmos aptos a termos um green card.
Precisávamos de alguém nos avalizando dentro do país.
P: Você
foi até ele e perguntou se ele poderia ser seu avalista?
R: Eu
falei com ele sobre isso, e ele disse que faria o que pudesse. Ele instruiu seu
escritório a fazer o que fosse necessário.
P: Em
seu conhecimento, o que foi feito para ajudá-la?
R: Uma
oferta. Ele me colocou em sua lista como empregada da companhia.
P: O Sr.
Jackson teve de assinar algo para ser seu avalista? Você se lembra?
R: Sim.
P: E
você pediu a ele que fizesse isso?
R: Sim.
Praticamente. Eu pedi por ajuda, então esse era o único jeito para ficarmos,
então... sim.
P: E ele
lhe ajudou, certo?
R: Sim, ele ajudou.
R: Sim, ele ajudou.
P: Você
sentiu que devia algo a ele após ele ajudar sua família a ficar nos EUA?
R: Não,
de forma alguma.
P: Você
recebeu algum pagamento através da Michael Jackson Productions, certo?
R. Meu
pagamento pela companhia de cosméticos foi pago através da companhia dele, sim.
P: E que
companhia era essa?
R:
Pigments.
P: Onde
ficava essa companhia?
9293
R: Na Burton Way, em Beverly Hills.
P: E
você trabalha trabalhava lá?
R: Sim.
P: E
quando você começou a trabalhar na companhia?
R: Eu
acho que 92. 92 ou 93.
P: E a
ideia era por que você não era residente, você supostamente não seria
empregada. Essa é a ideia?
R. Eu estava
em um visto de trabalho, mas era pela MJJ Productions. Eu era empregada—Eu era
empregada pela MJJ Productions apenas. Então, eu tratei de conseguir este
emprego sozinha. E para tornar isso lícito, tinha que ser pago através da MJJ Productions.
P: E
onde você estava vivendo nesse tempo?
R: Eu
vivia em Hollywood.
P: E
quem mais morava La com você?
R:
Chantal e Wade.
P: E
você era quem sustentava a família naquela época?
R: Sim.
P: Você
precisava de um emprego, não?
R: Sim,
eu precisava.
P: O Sr.
Jackson lhe ajudou a encontrar um, certo?
R: Sim,
ele me ajudou, bem... eu acho que ele não queria arrumar o emprego para mim. Eu
fui atrás, mas ele fez o possível para que eu conseguisse.
P: E quanto
tempo esse arranjo durou?
9294
R: Eu
acho que uns três anos.
P: Ok,
então por aproximadamente três anos você foi paga através da MJJ Productions, certo?
R: Sim.
P: A
companhia de Michael Jackson?
R: Sim.
R: Sim.
P: Você
ganhava salario básico naquela época?
R: Sim.
P: E por
que esse acordo acabou?
R: Wade
estreou um filme. Ele estava trabalhando como ator em um filme. E por que ele
era menor, eu tinha de estar lá com ele, então eu larguei o emprego e fui
trabalhar com ele no filme.
P: Ok, e
o Sr. Jackson alguma vez pediu algo em troca pelo que ele fez por vocês nesses
três anos?
R: Não.
P:
Alguma vez sentiu que devesse retorná-lo de alguma forma?
R: Não.
P: Você
falou com o Sr. Sneddon antes de hoje não é mesmo?
R: Sim.
P: E
você foi interrogada pelo Sr. Sneddon antes de hoje, certo?
9295
R: Sim.
P: E
quando você foi interrogada por ele?
R: Antes
do grande júri, eu acho que em 93 ou 94.
P: Foi a
única vez?
R: Sim.
P: E
você se lembra do Sr. Sneddon tentando fazer você concordar que seu filho tinha
sido raptado por Michael Jackson?
SR. ZONEN:
Vou objetar. Argumentativa; boato; e irrelevante.
SR. SNEDDON:
É minha objeção.
SR. ZONEN:
Oh.
SR. SNEDDON:
Deixe-me fazer isso assim. Mesmas bases.
O
TRIBUNAL. Vou sustentar a ambos.
P. PELO
SR. MESEREAU: No seu conhecimento, alguma vez seu filho foi abraçado contra
vontade por Michael Jackson?
R:
Nunca.
P: No
seu conhecimento, alguma vez seu filho foi raptado por Michael Jackson?
R: Não.
P: No
seu conhecimento, alguma vez seu filho foi abusado pelo Sr. Jackson?
R: Não.
Sr. SNEDDON:
Excelência, objeção. Conduzindo; perguntando e respondendo.
O
TRIBUNAL: Mantido.
SR. MESEREAU:
O promotor lhe fez perguntas sobre você ter visto June Chandler em Neverland.
Você se lembra?
9296
R:
Lembro.
P: Você a
viu em Neverland?
R: Vi.
P: Você
falou com ela em Neverland?
R: Sim
P: Ela
era amiga de vocês?
R: Não.
P: Você
se importava com ela?
R: Não,
eu não me importava.
P: Por
quê?
R: Minha
impressão era de que June queria ser a senhora de Neverland; ela dava ordens ao
séquito de empregados como se ela fosse dona, e queria tudo que viesse de lá.
Minha impressão é de que ela era uma caça níqueis.
P: Você
a viu interagindo com o Sr. Jackson?
R: Sim.
P: Você sentiu
que ela tentava usar o Sr. Jackson?
R:
Absolutamente. Claro.
P: Você
alguma vez falou com o Sr. Jackson sobre isso?
R: Não,
eu não falei.
P: O
promotor perguntou a você sobre alguém chamado Blanca Francia?
R: Sim.
P: Você
conheceu Blanca Francia?
9297
R: Eu
não a conheço. Eu me lembro dela trabalhando lá.
P: Você alguma
vez conversou com ela?
R: Não.
P: Você
se lembra de ter visto Blanca Francia no quarto do Sr. Jackson?
R: Eu me
lembro de vê-la entrar lá para limpar. Não me lembro de vê-la lá dentro.
P: Você
se lembra de estar em Neverland quando um grande número de crianças ia lá para visitas?
R: Sim,
uma vez.
P: E
quando foi?
R: Eu
não me lembro de quando foi... Foi... estou tentando lembrar quantos anos Wade
tinha. Foi provavelmente por 1999, 2000. Havia um grupo de crianças lá da ...
da Wish Foundation ou Create-a-Wish Foundation.
P: Você
passou algum tempo com essas crianças?
R: Sim,
eu passei.
P: E o
que você fez com aquelas crianças?
R:
Brincamos com elas naquele parque maravilhoso.
SR. SNEDDON:
Excelência, além do escopo do exame cruzado.
O TRIBUNAL:
Mantido.
SR.
MESEREAU: Sem mais perguntas, Meritíssimo.
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